segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O ano Florencio Sánchez

Aos 100 anos da morte de Florencio Sánchez, o Uruguai vive por todo o país uma série de atividades que reverenciam de alguma maneira a obra de seu maior dramaturgo. Pela capital e nas cidades do interior estão estampadas a foto emblemática do literato, chamando para as diversas atividades que se desenvolvem sob o pretexto de homenagear o homem e sua obra. A Rádio Sodre promove um concurso de ficção vinculado a textos, obras e personagens do autor, inaugurando o prêmio Nelly Goitiño, que terá vida própria a partir desta primeira edição. Uma exposição itinerante reúne na capital e por cidades do interior artes plásticas e espetáculos musicais, seguidos de debates, versando sobre a obra de Sánchez. A Fiesta Sánchez, por sua vez, vai reunir a comunidade teatral em uma celebração do centenário em torno de temas culinários que de alguma maneira façam uma ligação com o ilustre dramaturgo. Mas as atividades não param por aí. Ainda há uma apresentação teatral itinerante, de ônibus, por todo o país e um desafio a estudantes de teatro na elaboração de sketches teatrais em cima da pergunta: “Que aconteceria se Don Zoilo não tivesse se matado?”, em referencia a obra Barranca Abajo. Além disso, serão entrevistados atores que viveram os personagens criados por Florencio Sánchez e uma série de projetos cênicos serão reencenados. Isso só para ficar na programação oficial, já que por todo o país os estudantes estão mobilizados no estudo e debate da obra deste dramaturgo fundamental. “En este centenário nos planteamos rescatar, reflexionar y resignificar Sánchez em las manifestaciones teatrales, el pensamiento vivo, y en la creación artística como parte de una identidad viva. Donde cada uruguayo pueda relacionarse y dialogar con él. Dialogar desde la diferencia de los tiempos históricos, ideológicos y estéticos que nos separan, pero que evidencian el poder reconciliador del arte, permitiendo el rencuentro entre los vivos y los muertos, hecho que muchas veces altera el orden de quienes están vivos y quienes muertos. Por eso celebrar es algo más que conmemorar un centenario”, define Marianella Morena, do Instituto Nacional de Artes Cênicas.
Mais além de dramaturgo, Florencio Sánchez foi também um soldado de Aparício Saravia, quando da guerra civil em 1897. Seguia então a indicação da família, tradicionais militantes do partido Blanco. Mas logo percebeu que seu lugar não era naquela batalha e desertou para o Brasil. Na fronteira de Santana do Livramento e Rivera, conviveu com os caudilhos de então, e não poupou as mais severas críticas ao mandatário João Francisco Pereira de Souza, que tachou de sanguinário e bárbaro, ao comentar as atrocidades cometidas na revolução federalista, no Brasil, e posteriormente o levante Blanco, no Uruguai. Passados os anos revolucionários voltou ao Uruguai e engajou-se na luta anarquista, dando prosseguimento aos escritos dramáticos e a carreira de jornalista. Após mudar-se para La Plata, na Argentina, o dramaturgo dá continuidade a sua obra, que aborda os tipos sociais do Rio da Prata, como os imigrantes, os cortiços e os proletários. Morre de tuberculose, na Itália, em 1910, já consagrado como autor de teatro e literato. Na cidade de Rivera, o histórico prédio do teatro Florencio Sánchez, parcialmente desfigurado, mas ainda em pé, aguarda uma justa revitalização e o retorno ao convívio da comunidade artística e da população da cidade nortenha.

Obra dramática:
La gente honesta (Los curdas) - 1903
M'hijo el dotor - 1903
Canillita - 1903
Cédulas de San Juan – 1904
La pobre gente - 1904
La gringa - 1904
Barranca abajo - 1905
Mano santa - 1905
En familia - 1905
Los muertos - 1905
El conventillo - 1906
El desalojo - 1906
El pasado - 1906
Los curdas - 1907
La tigra - 1907
Moneda falsa - 1907
El cacique Pichuleo - 1907
Los derechos de la salud -1907
Nuestros hijos - 1908
Marta Gruni - 1908
Un buen negocio - 1909

livros:
Cartas de un flojo -1900
El caudillaje criminal en Sudamérica -1903

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