O breve passeio dos presidentes Lula e Mujica em torno do obelisco do Parque Internacional, de mãos dadas e erguidas, na manhã do dia 30 de julho, foi de um simbolismo vital para a fronteira. A vinda dos dois maiores líderes da esquerda do Cone Sul, hoje presidentes de seus países, coroa as recorrentes ações de valorização dessa região e traz definitivamente os novos e bons ventos que anunciam o futuro. Mais do que declarações de cooperação entre os dois países, o encontro da alta cúpula ministerial de Brasil e Uruguai no quartel do 7º Regimento, demonstra que a integração está subscrita desde já, aguardando apenas que os setores organizados da sociedade de ambos os países a levem adiante. Na área educacional, em especial, a fronteira está vivendo um momento único, com a abertura do Núcleo de Estudos Fronteiriços do Mercosul, que traz a conhecida unidade de estudos da Universidade Federal de Pelotas para a região.
Além disso, integra-se a esse esforço de consolidação de um pólo de estudos do Cone Sul na fronteira, a adesão fundamental do Centro Universitário de Rivera, braço da Universidad de La República, sob a coordenação do biólogo Mario Clara. Para afirmar essa iniciativa verdadeiramente internacional, some-se a crescente atuação da Universidade Federal do Pampa, fruto da política governamental de fortalecimento do ensino superior no país, com bases sólidas em Santana, e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, que deve ser consolidada nos próximos anos.
Afora toda essa movimentação dos segmentos políticos e educacionais de Brasil e Uruguai, que passam a olhar para a fronteira com um renovado interesse, nota-se que as comunidades começam a responder com novos projetos e ações que vão ao encontro dessa diretriz política. Em Rivera, a conhecida capacidade investigativa e organizacional dos irmãos orientais está cada vez mais embalada pelos ditames dos novos governos de Mujica e Marne Osório. Em Santana também percebe-se um despertar para novas ações culturais e educativas, que parecem estar muito mais claras e objetivas na cabeça desses novos atores sociais e de toda uma velha geração, hoje mais amadurecida e que deve contribuir muito nessa nova fase.
Por isso, o gesto de Lula e Mujica, e os discursos que mostraram a incrível afinidade que une os dois presidentes, foi um bálsamo para a população fronteiriça e os anseios de uma real integração política e cultural entre Brasil e Uruguai, que a partir de agora deve se consolidar em um caminho sem volta. Isso inclui – como preconiza as diretrizes do Núcleo de Estudos Fronteiriços - a integração transfronteiriça, o intercâmbio educacional e o fomento às relações de caráter sociocultural entre nossos países. As portas estão abertas, e a hora é agora.
Nas fotos acima, os presidentes Lula e Mujica, acompanhados pela primeira dama uruguaia, a senadora Lucia Topolansky, desembarcam no aeroporto de Rivera. Logo após, os populares aguardam a chegada dos chefes de Estado no Parque Internacional. À direita, o novíssimo Núcleo de Estudos Fronteiriços, da Ufpel, fotografado poucos minutos antes da inauguração. Abaixo, à esquerda, o biólogo Mario Clara, coordenador do Centro Universitário de Rivera. Confira aqui o simbólico passeio de Lula e Mujica no Parque Internacional.
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