O escritor santanense Arlindo Coitinho, que nos deixou nesse final de semana aos 67 anos, foi um mestre da narrativa e dos causos da fronteira. E a proximidade da morte desse grande literato gaúcho torna ainda mais difícil escrever um texto à altura desse momento. Difícil retratar em um singelo post o enorme talento que o obstinado artista soube verter para as páginas de seus livros. Traduziu como ninguém o espírito popular de uma fronteira singular, cheia de personagens “doble-chapas” e característicos de uma cultura híbrida, construída no dia-a-dia de convívio entre brasileiros, uruguaios, espanhóis, árabes e tantos povos que por lá aportaram.
Assim como seus tradicionais personagens – o contrabandista, as putas, os pequenos comerciantes, os políticos, os poderosos, os militantes – Arlindo foi um homem do povo. Foi pintor, barbeiro e jornalista, entre tantas atividades que desenvolveu ao longo de sua vida. Vendia seus livros de porta em porta, e também fazia a mesma peregrinação em busca de apoio financeiro para a edição. Mas isso não era muito difícil. Todos os que colaboravam com Arlindo – e eram muitos – sabiam que dali sairia mais um magnífico folhetim, que traduzia como ninguém a cultura da terra fronteiriça.
Foi assim que Arlindo criou algumas de suas mais significativas obras, como Segue o Baile, Bichicome, Habitante da Lua, Estórias do Edil Noventino, Pensão do Barroso, João Bispo, Caudilhismo, Rinhas e Machadaços; Vidas em Fronteira, Um tal Pardo Rivera, entre tantos outros livros magistrais. Quem, senão Arlindo, deixaria assinalada na memória coletiva as lembranças do povo, dos personagens que se foram, dos casos de crimes políticos e passionais de uma terra por vezes embrutecida, por vezes terna? Seus livros vão além da literatura, chegam no campo da memória e da História e a ultrapassam. O escritor Carlos Urbim, santanense e atual patrono da Feira do Livro de Porto Alegre já havia revelado sua opinião de que os livros de Coitinho eram os mais subestimados pela dita Literatura Gaúcha.
Para mim, que visitei o escritor nos seus últimos tempos, e convivi com sua família, fica difícil aqui tentar fazer um “ajuste de contas”, ou culpar meus conterrâneos pelo esquecimento do escritor nesses últimos anos. Melhor lembrar que Arlindo foi um legítimo guerreiro da cultura santanense, e por isso mesmo, universal. Fica uma extensa obra, a espera de novos tradutores. Fica a paixão do mestre pelo seu povo. Fica a gratidão e o reconhecimento dos fronteiriços anônimos por este grande escritor que foi Arlindo Coitinho!
Assim como seus tradicionais personagens – o contrabandista, as putas, os pequenos comerciantes, os políticos, os poderosos, os militantes – Arlindo foi um homem do povo. Foi pintor, barbeiro e jornalista, entre tantas atividades que desenvolveu ao longo de sua vida. Vendia seus livros de porta em porta, e também fazia a mesma peregrinação em busca de apoio financeiro para a edição. Mas isso não era muito difícil. Todos os que colaboravam com Arlindo – e eram muitos – sabiam que dali sairia mais um magnífico folhetim, que traduzia como ninguém a cultura da terra fronteiriça.
Foi assim que Arlindo criou algumas de suas mais significativas obras, como Segue o Baile, Bichicome, Habitante da Lua, Estórias do Edil Noventino, Pensão do Barroso, João Bispo, Caudilhismo, Rinhas e Machadaços; Vidas em Fronteira, Um tal Pardo Rivera, entre tantos outros livros magistrais. Quem, senão Arlindo, deixaria assinalada na memória coletiva as lembranças do povo, dos personagens que se foram, dos casos de crimes políticos e passionais de uma terra por vezes embrutecida, por vezes terna? Seus livros vão além da literatura, chegam no campo da memória e da História e a ultrapassam. O escritor Carlos Urbim, santanense e atual patrono da Feira do Livro de Porto Alegre já havia revelado sua opinião de que os livros de Coitinho eram os mais subestimados pela dita Literatura Gaúcha.
Para mim, que visitei o escritor nos seus últimos tempos, e convivi com sua família, fica difícil aqui tentar fazer um “ajuste de contas”, ou culpar meus conterrâneos pelo esquecimento do escritor nesses últimos anos. Melhor lembrar que Arlindo foi um legítimo guerreiro da cultura santanense, e por isso mesmo, universal. Fica uma extensa obra, a espera de novos tradutores. Fica a paixão do mestre pelo seu povo. Fica a gratidão e o reconhecimento dos fronteiriços anônimos por este grande escritor que foi Arlindo Coitinho!
A foto foi tirada em uma tarde fria de julho de 2009, quando Arlindo nos recebeu em sua casa no bairro Armour. Naquela ocasião conversamos sobre projetos futuros e seu texto sobre Lucio Soares Neto e a chacina dos militantes comunistas, que consta da obra É a Luta Doutor, que citei em Retratos do Exílio.
Estoy onmovida por la muerte de Arlindo. Fue el máximo narrador de la frontera y un revelador indiscutible de su cultura popular bilingüe, además de una gran influencia para bandas de rock del under riverense (Corvus, Trabuco Naranjero), hecho del que nunca se enteró. Para mí fue el escritor que me hizo amar este lugar y el que generó en mí la confianza de que aquí también nacen voces literarias propias, credoras sensibles al medio y respetadas por eso. Arlindo supo amar su lugar. Va mi adios al Coitinho, con profunda admiración!
ResponderExcluirArlindo Coitinho é o escritor que melhor traduz a linguagem entreverada da Fronteira.
ResponderExcluirÉ um gênio do qual todos os santanenses devemos nos orgulhar.
São felizes os que podem relembrar momentos compartilhados com ele.
Para mim, Coitinho há de se manter como modelo de texto típico, bem de bem, Riveli, um tiajá saboroso.
Tive o prazer de conviver com o Coutinho e admirar a sua intensa simplicidade. Ele nos ensinou a ver a fronteira Rivera-Livramento com aquele olhar cotidiano, que não ignora o contexto histórico. Os seus personagens fronterizos tinham (tem) sentimentos bastante universais, além fronteiras. Temos um dívida social com este grande artista das letras.
ResponderExcluirOlá, gostaria de ler as obras do Arlindo, mas não sei onde encontrar. Alguém poderia me ajudar?
ResponderExcluirLuciana
lucinhaok@gmail.com
Luciana, na Biblioteca da Academia Santanense de Letras vc pode encontrar a obra quase completa. Tente também a Biblioteca Ruy Barbosa e o Museu David Canabarro. Viva Arlindo!
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