Vivalda Costa nasceu no Morro da Coloninha. Vivalda transformou-se em Valda Costa. Valda era negra e bela. Valda foi musa e modelo de Martinho de Haro. Valda caiu nas graças da alta sociedade florianopolitana dos anos 70/80. Valda pintou o morro e destacou-se na cena artística de uma cidade provinciana. Valda, moradora do morro, frequentou a seleta turma de Beto Stodieck. Valda nunca abandonou suas origens. Valda viveu amores bandidos. Valda foi internada na Colônia Santana. Valda viveu o glamour das rodas sociais, o ressentimento do morro, o inferno das drogas e do álcool. Valda morreu em 1993 aos 40 anos. Valda viveu intensamente uma geração de artistas e “revolucionários urbanos” do final do século 20 em uma cidade paradisíaca em plena transformação.
Artista marginal – se considerarmos sua origem social (à margem, periférica), e o escasso grau de conhecimento da importância artística que dela possui a sociedade florianopolitana, catarinense e brasileira, ainda hoje. Uma artista que nasceu pobre, viveu em um morro que circunda o centro da cidade, e que encontrou seu espaço entre artistas inovadores da cena catarinense dos 70/80 como Max Moura, Jairo Schmidt, Vera Sabino, Janga, Loro. Também os modernistas e pré-modernistas, como Vechietti, Pléticos, Meyer Filho e Martinho de Haro, muito embora fossem vinculados a uma geração passada, inseriam-se nas inquietações da nova geração, produzindo e participando dos movimentos daqueles anos.
Chamada pelos seus pares e pela imprensa como a nossa “Camile Claudel”, “a nova Djanira”, ou “a nossa Di Cavalcanti”, Valda foi catalogada inicialmente como Naïf, primitiva, discípula de Martinho no que mostrava de melhor. Valda e seus caminhos, Valda e o entorno feérico que a circundava, seus pares de arte, sua condição de cidadã ao mesmo tempo excluída e incluída, contraditória, uma artista enfim, para além de seu espaço e de seu tempo!
A jovem artista negra Valda Costa e seus afetos. Sua vida pobre no Morro do Mocotó, seu mestre e pintor consagrado (Martinho de Haro), seu amigo, promotor, catalisador de uma cena emergente (Beto Stodieck), seus pares da arte local (Peninha, Harry Laus, Cascaes, Ronaldo Linhares, Valdir Agostinho, Janga, Hassis, Rodrigo de Haro).
A jovem artista negra Valda Costa e seus afetos. Sua vida pobre no Morro do Mocotó, seu mestre e pintor consagrado (Martinho de Haro), seu amigo, promotor, catalisador de uma cena emergente (Beto Stodieck), seus pares da arte local (Peninha, Harry Laus, Cascaes, Ronaldo Linhares, Valdir Agostinho, Janga, Hassis, Rodrigo de Haro).
Florianópolis: uma cidade que aos poucos ia adquirindo uma ar de metrópole verticalizada pela especulação imobiliária. Mas se a urbe perpetuava uma estrutura de classes congelada, o cenário artístico buscava uma vida para além das ruínas modernistas, adaptando seu vocabulário, em meio a uma ditadura militar em agonia, mas ainda com fortes lastros autoritários.
A partir deste mês, estaremos dando início ao desafio de filmar o documentário "Caminhos de Valda", que pretende retratar a trajetória da pintora (foto) e seus pares, que viveram a efervescência da cena artística catarinense, nas décadas de 70 e 80.
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ResponderExcluirConheci os personagens de sua matéria, mas confesso que Valda foi uma surpresa, das mais agradáveis! Ver este filme no Victor Mirelles certamente será um prazer. Abração!
ResponderExcluirOnde posso encontrar o filme?
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