Arquivamento de um Presidente
Na semana que passou, o Ministério Público Federal do RS decidiu pelo arquivamento do inquérito civil público que apurava a tese de assassinato do Presidente João Goulart. Notícia com repercussão em veículos de grande circulação do país, nosso Estado acaba sendo protagonista no desfecho de um dos tantos crimes ocorridos na América Latina durante os 21 anos de regime de exceção. O crime maior foi calar ao povo brasileiro, com conseqüências sofridas até hoje.
Sob o argumento central de que a investigação foi conduzida pelo testemunho “contraditório e improvável” de um ex-agente do serviço de inteligência Uruguaia durante a ditadura daquele país, o MPF opta por sepultar novamente a história de Jango. Esse é o ponto. Não se trata tão somente da provável eliminação física do Presidente Jango: é o histórico da memória nacional que resta arquivada.
São os crimes de Estado cometidos durante o regime, são os documentos que poderiam restar desclassificados, amparado por um instrumento cívico como esta investigação iniciada pelo Instituto Presidente João Goulart, são as testemunhas que poderiam ser ouvidas que ainda estão vivas. Sem interesse de atuais governos, a dificuldade ainda é maior. Claro. Quem se habilita para confrontar interesses de grandes corporações, em prol da justiça e da memória nacional? É nesses momentos, que questiono o conceito de justiça tão sonhado.
Impera a cegueira. Tanto sacrifício patriótico de nossos ancestrais para culminar no ostracismo proposital. Hoje, poucas pessoas sabem que foi o Presidente Jango que evitou duas guerras civis no Brasil. Poucos sabem que o teor das reformas de base, motivo principal do golpe de 64, nada mais era do que as tão propagadas reformas estruturais e institucionais que debatemos na atualidade. Sendo assim, este processo ora arquivado não tratava apenas sobre morte de João Goulart, mas do resgate de sua vida, fundamental para nossas perspectivas de futuro.
Christopher Goulart
Presidente da Associação Memorial João Goulart
O artigo de Christopher Goulart demonstra a prostração daqueles que lutam pela justiça e a punição dos crimes cometidos durante a longa noite da ditadura militar no Brasil. Indícios claros do assassinato do ex-presidente são refutados a cada tanto, subscrevendo de alguma maneira a nebulosa redemocratização do país, onde torturadores e assassinos gozam de plena liberdade, muitas vezes ocupando cargos de destaque na vida republicana.
Na semana que passou, o Ministério Público Federal do RS decidiu pelo arquivamento do inquérito civil público que apurava a tese de assassinato do Presidente João Goulart. Notícia com repercussão em veículos de grande circulação do país, nosso Estado acaba sendo protagonista no desfecho de um dos tantos crimes ocorridos na América Latina durante os 21 anos de regime de exceção. O crime maior foi calar ao povo brasileiro, com conseqüências sofridas até hoje.
Sob o argumento central de que a investigação foi conduzida pelo testemunho “contraditório e improvável” de um ex-agente do serviço de inteligência Uruguaia durante a ditadura daquele país, o MPF opta por sepultar novamente a história de Jango. Esse é o ponto. Não se trata tão somente da provável eliminação física do Presidente Jango: é o histórico da memória nacional que resta arquivada.
São os crimes de Estado cometidos durante o regime, são os documentos que poderiam restar desclassificados, amparado por um instrumento cívico como esta investigação iniciada pelo Instituto Presidente João Goulart, são as testemunhas que poderiam ser ouvidas que ainda estão vivas. Sem interesse de atuais governos, a dificuldade ainda é maior. Claro. Quem se habilita para confrontar interesses de grandes corporações, em prol da justiça e da memória nacional? É nesses momentos, que questiono o conceito de justiça tão sonhado.
Impera a cegueira. Tanto sacrifício patriótico de nossos ancestrais para culminar no ostracismo proposital. Hoje, poucas pessoas sabem que foi o Presidente Jango que evitou duas guerras civis no Brasil. Poucos sabem que o teor das reformas de base, motivo principal do golpe de 64, nada mais era do que as tão propagadas reformas estruturais e institucionais que debatemos na atualidade. Sendo assim, este processo ora arquivado não tratava apenas sobre morte de João Goulart, mas do resgate de sua vida, fundamental para nossas perspectivas de futuro.
Christopher Goulart
Presidente da Associação Memorial João Goulart
O artigo de Christopher Goulart demonstra a prostração daqueles que lutam pela justiça e a punição dos crimes cometidos durante a longa noite da ditadura militar no Brasil. Indícios claros do assassinato do ex-presidente são refutados a cada tanto, subscrevendo de alguma maneira a nebulosa redemocratização do país, onde torturadores e assassinos gozam de plena liberdade, muitas vezes ocupando cargos de destaque na vida republicana.
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